Há um grito que se engendra na garganta
Que espanta o que atormenta
Que sufoca o que espanta
Que encanta o que afugenta
Que engasga o que encanta
Que acalanta o que ausenta
Que livra o que acorrenta
Que engana o que não quer calar
E nesse vem e vai de esperança
Resta a ânsia tamanha
Na guerra que te trava
Entre o que se entranha
E o que se quer bradar
Livre, o grito, o eco, ou grunhido
Seja de dor, saudade ou desejo incontido
Espalha-se pelo ar e pela terra
Porque por vezes o que berra
Vivia preso esquecido
No lado de dentro que encerra
O que liberta
Alimenta
Acoberta
Orienta
Acalma
Embala
Deita
Nina
Rola
Pára...
Feito um feito perdido
Abortado de um peito
Num coração arrependido
Trancado insuspeito
Por assim ter morrido
No medo de nunca ter sido
O que nunca mais será
Que espanta o que atormenta
Que sufoca o que espanta
Que encanta o que afugenta
Que engasga o que encanta
Que acalanta o que ausenta
Que livra o que acorrenta
Que engana o que não quer calar
E nesse vem e vai de esperança
Resta a ânsia tamanha
Na guerra que te trava
Entre o que se entranha
E o que se quer bradar
Livre, o grito, o eco, ou grunhido
Seja de dor, saudade ou desejo incontido
Espalha-se pelo ar e pela terra
Porque por vezes o que berra
Vivia preso esquecido
No lado de dentro que encerra
O que liberta
Alimenta
Acoberta
Orienta
Acalma
Embala
Deita
Nina
Rola
Pára...
Feito um feito perdido
Abortado de um peito
Num coração arrependido
Trancado insuspeito
Por assim ter morrido
No medo de nunca ter sido
O que nunca mais será
15 comentários:
Ah! Como gostei desse poema... uma regência perfeita de sons e cadências com fecho mais do que perfeito. Arquitetura aprovadíssima na construção desse grito, caro Silvio. Beijos
Taí um grito agradável, bonito!
Abraços de Belém!
"o que liberta"
E como é bom (por vezes) gritar...
abraço atlântico
delicioso e bem arquitetado este grito, e quiça todos os gritos que temos para gritar ...beijos.
Sílvio, mui, mui grata pela visita ao meu blog. Desafortunadamente, ando em fase de quase total indiponibilidade para a web... Não sei quando poderei, mas, de certeza, virei ver os seus espaços com toda a atenção.
Abraço, de Lisboa.
Oi!
Muito bom!
Abraços do *CC*
- Soube?
- Do quê?
- Um grito que morreu, pode renascer a qualquer momento...
- É!
- Basta disponibilizar o sentimento e o peito, para expelir o grito sem trancá-lo novamente...
- É!
Sílvio querido!
Foram 40 dias de férias. E o meu blog continua vivo. Incrível! Sou muito grata a vocês.
Bjs
Sílvio, meu querido e imenso Poeta.
Digo a você o que disse ao Moita esses dias. Depois de ler tal perfeição e tanta beleza, rasgarei meu pobre poema e me recolherei à minha insignificância.
É deslumbrante! A princípio, sufocante, como a imagem que o ilustra e vai se espraiando como o próprio grito a se soltar.
É lindíssimo e perfeito.
Beijos
Beijo
mais do que arquitectura...fiquei com a sensação de estar perante um "alicerce". muito firme, forte. e quando acaba o grito ficou mesmo preso no garganta.
excessivamente intenso e estranho.
Simplesmente,perfeito!!
Bjs
Un abrazo, apresurado, pero afectuoso, querido Silvio.
Y cómo no dispongo de mucho tiempo, otro igual para Saramar, Santa, Mixtu... todos ellos queridos amigos blogueros.
Hannah
um grito muito lindo !!!!
saudades de passar por aqui...
beijos
Hanah
Silvio obrigado pelo carinho estamos muitos felizes de encontrar tanta gente boa que nos incentiva a cada dia. Silvio vou dizer algo que eu (Willam) faço diariamente quando entro no seu blog, recorto frases dos seus textos e tento descrever como fotografia.
Um forte abraço dos seus amigos da lata.
Willam & Odilene
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