24 março 2006

se mesmo assim

técnica mista sobre ready-made em plantex
Andromeda, de Gustave Doré, 1869

Se eu chegasse e você partisse
Se eu nascesse e você morresse
Se eu chorasse e você sorrisse
Mesmo que nada mais me restasse

Se você voltasse sem que eu esperasse
Se você abraçasse sem que eu implorasse
Se você me amasse sem que me doesse
Mesmo que eu nada mais fosse

Se eu a tivesse e você me quisesse
Se eu corresse e você me alcançasse
Se eu caísse e você me erguesse
Mesmo que eu não aguentasse

Esperaria a vida inteira
Nem que eu morresse
Na hora que me encontrasse
Na minha visão derradeira

10 comentários:

Santa disse...

Oi, Sílvio
Como é bom entrar por aqui. O blog está cada vez melhor!!

Anônimo disse...

Tenho passado por aqui, imprimi uns textos. Ainda gosto do papel ;)

Clê disse...

Sílvio, respondi o e-mail. Sempre que sair um novo conto ou poema, manda certo? Um abraço.

Saramar disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Saramar disse...

Silvio, perdão.
Removi o comentário anterior porque creio que estava dormindo quando o fiz. Fiquei a noite toda trabalhando, e estava exausta quando vim visitá-lo para me nutrir de beleza e suavidades, como sempre faço.

A súplica implícita nessas palavras cativa, emociona. Nenhuma musa resistiria a tal apelo.
Belo, como todos.

Beijos

lena disse...

estes teus "se" estão perfeitos

consegui que me tocassem

adorei!

beijinhos para ti


lena

Anônimo disse...

E ainda assim, se aqui não me achasse, mesmo aqui queria que me encontrasse... subjetivamente (im)perfeita. Gostei deveras, caro Silvio. Beijos meus

Ana P. disse...

Perfeito.
Beijo

musalia disse...

o 'se', neste caso, com uma carga enorme de esperança. não é corrosivo :)

beijos.

no apta para la humanidad disse...

¡Qué hermosos estos versos! Así es el amor.
Excelente poema y estupenda la imagen, como siempre.
¡Saludos!